sábado, 12 de setembro de 2009

Antônio Olyntho: O homem-desafio


Morreu aos 90 anos, durante a madrugada de hoje, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência múltipla de órgãos, o poeta, escritor, jornalista, Antônio Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras, onde ocupava a cadeira de número 8. O acadêmico foi velado no Petit Trianon e sepultado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista, ao lado da escritora Zora Seljan, com quem foi casado durante 41 anos, falecida em 2006. Antônio Olyntho Marques da Rocha nasceu em Ubá – Minas Gerais. Foi eleito membro da ABL, em 31 de maio de 1997, sucedendo o escritor Antônio Callado. Atuou como adido cultural em Lagos, na Nigéria, em 1962. Permaneceu no cargo por três anos e fez cerca de 120 conferências na África Ocidental. Grande incentivador e divulgador da Cultura Negra. Realizou exposições de pintores afro-brasileiros, como também, colaborou em revistas nigerianas e escreveu uma trilogia de romances: “A Casa da Água”, “O Rei de Keto” e “Trono de Vidro”, traduzidos em dezenove idiomas. Foi professor na Universidade da Colômbia e Nova Iorque, como professor-visitante, onde ministrou cursos sobre a Ensaística Brasileira, realizando, também, diversas conferências nas Universidades de Yale, Harward, Indiana, UCLA, entre outras. Foi precursor de programas literários na televisão brasileira, nas extintas TVs Tupi, Continental e Rio. Atuou como crítico literário em “O Globo”. Em 1973, fundou o “The Brazillian Gazette”, junto com sua esposa, Zora Seljan, em língua inglesa, cuja publicação existe até os dias de hoje. Nos últimos anos proferiu várias conferências em Seminários no Brasil e Exterior. Convidado pelo Governo Português, no ano de 2000, participou das Jornadas de Lusofonia, em Lisboa, Estocolmo, Gottenburg, Lund e Copenhague. Reformou mais de vinte bibliotecas. Uma de suas últimas produções literárias foi “Ari Barroso__ A História de Uma Paixão”, homenageando o compositor. Pelo seu conjunto de obras, recebeu em 1994, o Prêmio Machado de Assis, a mais alta láurea literária brasileira, outorgada pela Academia Brasileira de Letras. Em 2003, inaugurou a Faculdade de Letras Ozanan Coelho e uma biblioteca, com mais de 34 mil títulos, em Ubá, sua terra natal, da qual é o patrono. Em 2004, recebeu do Real Gabinete Português de Leitura, do Rio de Janeiro, o “Título de Sócio Grande Benemérito”. Carnavalesco bissexto. Participou de dois desfiles na Sapucaí: desfilou pela Mangueira, quando o grêmio homenageou a Língua Portuguesa. E pela Mocidade Independente de Padre Miguel, no ano passado, num carro alegórico, num enredo que homenageava os imortais, Machado de Assis e Guimarães Rosa, quando muito aplaudido pelo grande público.

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