Ricardo Cavalcanti: Margarira Farré

A artista das figuras humanas mostrará suas criações, numa
retrospectiva, reunindo trabalhos abstratos, mármore de

carrara e aço, até 14 de janeiro de 2012.

Para os apreciadores das artes, nas suas mais diversas manifestações, vale conferir, até o dia 14 de janeiro de 2012, no Espaço Cultural Correios, em Juiz de Fora, a mostra “A Escultura de Margarita Farré”, que reúne dezesseis esculturas, algumas de grande porte, de autoria de Margarita Farré, renomada artista espanhola, nascida em Barcelona que, quando criança, brincava no entorno do Templo da Sagrada Família, um dos colossos de Barcelona; no Parque Guel; na Casa de Milá, obras-primas traçadas por Gaudi, radicada em São Paulo, desde 1957. Cresceu vendo obras de seus compatriotas, dos quais se tornou admiradora e estudiosa, como: Pablo Casals, Antoni Gaudí, Salvador Dali e Pablo Picasso, além inumeráveis informações e técnicas aprendidas, em longos anos de trabalho. Formou-se, em Desenho, pela Fundação Armando Álvares Penteado, tendo aprimorado seus conhecimentos em Barcelona e Roma, alguns sob a orientação do escultor, pintor, gravador, cenógrafo e designer ítalo-brasileiro, Doménico Calabrone e do escultor e designer de jóias, Élvio Bacheroni. O conjunto de sua obra escultórica lhe rendeu, em 1968, a Grande Medalha de Ouro, no Curtis Hixon Convention Center, Tamplas – Flórida; além de um rol de premiações, onde se incluem Menção Honrosa na Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, em 1985; Medalha de Ouro, no XXII Salão de Artes Plásticas da Aeronáutica, 1992; Prêmio Personalidade do Ano, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 2005; Primeira colocada em “Os Melhores do Ano”, Banco Central, 2005. É Conselheira do Real Instituto de Estudos Históricos, Políticos de Ciências e Artes Alfonso XIII e condecorada com a Ordem Gran Cruz Alfonso XIII, na Espanha. A sua escultura oscila entre o abstrato e o figurativo, mas sempre presente a anatomia corporal, explorando, numa constante, a silhueta feminina. A duplicação das figuras de seu trabalho, sempre incita ao clã familial. A curadoria da mostra é do crítico de artes, Enock Sacramento que, também, é autor do livro homônimo ao nome da exposição, sobre a vida e a obra da artista, onde numa reflexão nos diz: “sua obra é uma recriação do universo feminino, diferente do masculino que, segundo a cultura ocidental, pressupõe racionalidade, certeza, precisão”. E completa: “O domínio da obra de Margarita é o do feminino, um universo rico que se apoia na multiplicidade, expansão, desdobramento, criatividade e intuição”. Imperdível!!!