Morreu no Rio, ontem, aos
79 anos, o acadêmico Ivan Junqueira, sexto ocupante da cadeira de número 37, eleito em
março de 2000, em sucessão ao acadêmico João Cabral de Mello Neto e, recebido
em julho de 2000, pelo acadêmico Eduardo
Portela. Jornalista por formação. Poeta, escritor, tradutor, ensaísta, crítico literário, conferencista por vocação. O carioca
realizou seus primeiros estudos no Colégio Notre Dame, em Ipanema. Ingressando nas
Faculdades de Medicina e Filosofia, na Universidade do Brasil, não concluindo
os cursos. Iniciou-se, então, no Curso
de Jornalismo, em 1963, já como redator do Tribuna da Imprensa, posteriormente, no Correio da Manhã,
Jornal do Brasil e O Globo, como redator e sub-redator. Trabalhou como assessor
de comunicação do Centro de Informação das Nações Unidas, onde chegou ao cargo
de Diretor de 1970 a 1977. Foi o supervisor editorial das Enciclopédias Barsa, Britânica,
Delta Larousse, Século XX, Mirador Internacional e Dicionário Histórico
Geográfico Brasileiro da Fundação Getúlio Vargas. Foi asessor do escritor e roteirista de
cinema, Rubem Fonseca, na Fundação Rio. O presidente da ABL, acadêmico Geraldo
Holanda Cavalcanti, ao saber de sua morte, assim se referiu ao imortal: “A
morte do acadêmico Ivan Junqueira é uma grande perda para o soldalício.
Acadêmico exemplar. Ele engrandeceu a Casa à qual serviu por 14 anos, com
exação, competência e enorme dedicação. Grande poeta, mestre indiscutível nas
artes do ensaio crítico e da tradução literária. Ivan deixou um legado, que
enriquece a
nossa tradição e a História Literária no Brasil.” Detentor de muitos prêmios literários, sua poesia já foi
traduzida para o inglês, alemão, espanhol, francês, italiano, dinamarquês,
russo e chinês. Sua obra inclui publicação de onze livros de poesia,
treze títulos ensaísticos e doze traduções, entre os quais livros do autor britânico T. S. Eliot
(1888-1965) e do escritor francês Marcel Proust (1871-1922). Em novembro do ano passado,
ao lado da poetisa e editora potiguar, Marize Castro, Ivan participou da primeira
edição do Festival Literário de Natal , em debate sobre a poesia contemporânea
brasileira. Prêmio Nacional de Poesia, do INL - Entre algumas conquistas
literárias, obteve o “Prêmio Assis Chateaubriand, da Academia Brasileira de
Letras” – 1985; “Prêmio Nacional de Ensaísmo Literário” – 1985;
“Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte” – 1991; “Prêmio da
Biblioteca Nacional” - 1992; “Prêmio José
Sarney de Poesia Inédita”, do Memorial José Sarney – 1994; “Prêmio Jabuti”, da Câmara Brasileira do Livro - 1995; “Prêmio Luísa Cláudio de Sousa”, do PEN Clube do Brasil
– 1995; “Prêmio Oliveira Lima”, da União Brasileira
de Escritores – 1999; “Prêmio Jorge de
Lima”, da UBE – 2000, entre muitos outros. Ivan Junqueira estava internado há um mês e faleceu por
insuficiência respiratória, no
Hospital Pró-Cardíaco, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O corpo foi velado no Salão
nobre do Petit Trianon, da Academia Brasileira de Letras e sepultado no
mausoléu dos imortais da Casa de Rui
Barbosa, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo. O imortal deixa viúva, a
jornalista Cecília Costa Junqueira e cinco filhos: Suzana, Rafael, Raquel e
Eduardo, do primeiro casamento, além de Otávio, com Cecília.
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