domingo, 11 de outubro de 2009

Panorama de Juiz de Fora

Juiz de Fora teve sua glória, um universo de opções da Zona da Mata. Era possível se encontrar bons restaurantes, uma noite movimentada, dançante (bons tempos do Vivabella , do Raffa’s). O cenário cultural era rico em atrações: exposições de artistas plásticos de outras localidades, lançamentos literários, peças teatrais, musicais, shows de nível internacional, etc. Era o maior pólo cultural da região. Temos um dos museus mais importantes do Brasil, o Museu Mariano Procópio, que guarda coleções diversas da arte nacional e internacional, graças à benemerência do ilustre eMariano Procópio Ferreira Lage, porém, no aguardo de verba para reforma para sua reabertura ao público. Havia opções para um comércio variado. Shoppings onde o consumidor encontrava de tudo. Feiras de fim de ano, que atraíam grandes consumidores das cidades vizinhas. Enfim, eventos que faziam o turismo se fortalecer. Atualmente, só o público jovem se diverte. Tem baladas para todas as tribos. Casas noturnas sofisticadas, ou melhor, satisfatórias. Porém, para os maduros, faltam opções. A sociedade não se reúne como tempos atrás. Só a Feijoada do colunista César Romero consegue reunir um público abrangente. Faltam, também, casas noturnas para casais. As que existem, deixam a desejar. Vale lembrar que Juiz de Fora tenta apontar tendências. Um exemplo disso são os eventos de moda. Agitos de ‘caras e bocas’. Uma verdadeira badalação, mas lucro que é bom para os expositores, nada! Haja vista que as pessoas preferem prestigiar um desfile de moda à abertura de uma exposição de artes. A cultura caiu no esquecimento ante o capitalismo. Só para exemplificar: em uma das exposições, sob minha curadoria, que trouxe à cidade, uma parte da imprensa resolveu dar um espaço, em uma página, para um grupo musical, que veio apresentar um show, ganhando alguns ‘mil’ reais__ do que para um talentoso artista de renome internacional, que não visava lucro financeiro. Veio apenas mostrar sua arte e estabelecer um intercâmbio com artistas locais. Todo este relato é para dizer o quanto estamos precisando revitalizar os eventos culturais. Temos bons espaços físicos. São necessários projetos. Saber fazer cultura. Que adiantam os ditos espaços culturais se não há atrações. Não há divulgação, o que os tornam verdadeiros elefantes brancos. No campo da literatura, a manifestação é mais consistente, graças aos esforços de instituições que congregam escritores, trovadores, historiadores, como: o Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, o Instituto Cultural Santo Tomás de Aquino, a Academia Juiz-forana de Letras, a Academia Granberyense de Letras, etc. Os jornais são responsáveis pela informação, pela notícia. Assim sendo, o jornalista é um formador de opiniões, mas é preciso ter ética. Não deve se limitar apenas em descrever os fatos que se passam numa sociedade e, sim, contribuir para melhorá-la, lembrando-se de que a mídia deve ter caráter sócio-cultural e educacional. A cultura de massa em que o homem se inspirou está incrementada por falsos valores e mitos. Com a palavra: o futebol__ o ópio do povo. Ele toma a pauta, de assalto. É valorizado. Consequência: gera violência nos estádios entre as torcidas. Uma observação final: o Museu de Arte Murilo Mendes, sob os cuidados da Universidade Federal de Juiz de Fora creio ser hoje, o único mantenedor de cultura viva da cidade. Frequentemente movimenta seu espaço, com programação diversificada.

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