Juiz de Fora teve sua glória, um universo de opções da Zona da Mata. Era possível se encontrar bons restaurantes, uma noite movimentada, dançante (bons tempos do Vivabella , do Raffa’s). O cenário cultural era rico em atrações: exposições de artistas plásticos de outras localidades, lançamentos literários, peças teatrais, musicais, shows de nível internacional, etc. Era o maior pólo cultural da região. Temos um dos museus mais importantes do Brasil, o Museu Mariano Procópio, que guarda coleções diversas da arte nacional e internacional, graças à benemerência do ilustre eMariano Procópio Ferreira Lage, porém, no aguardo de verba para reforma para sua reabertura ao público. Havia opções para um comércio variado. Shoppings onde o consumidor encontrava de tudo. Feiras de fim de ano, que atraíam grandes consumidores das cidades vizinhas. Enfim, eventos que faziam o turismo se fortalecer. Atualmente, só o público jovem se diverte. Tem baladas para todas as tribos. Casas noturnas sofisticadas, ou melhor, satisfatórias. Porém, para os maduros, faltam opções. A sociedade não se reúne como tempos atrás. Só a Feijoada do colunista César Romero consegue reunir um público abrangente. Faltam, também, casas noturnas para casais. As que existem, deixam a desejar. Vale lembrar que Juiz de Fora tenta apontar tendências. Um exemplo disso são os eventos de moda. Agitos de ‘caras e bocas’. Uma verdadeira badalação, mas lucro que é bom para os expositores, nada! Haja vista que as pessoas preferem prestigiar um desfile de moda à abertura de uma exposição de artes. A cultura caiu no esquecimento ante o capitalismo. Só para exemplificar: em uma das exposições, sob minha curadoria, que trouxe à cidade, uma parte da imprensa resolveu dar um espaço, em uma página, para um grupo musical, que veio apresentar um show, ganhando alguns ‘mil’ reais__ do que para um talentoso artista de renome internacional, que não visava lucro financeiro. Veio apenas mostrar sua arte e estabelecer um intercâmbio com artistas locais. Todo este relato é para dizer o quanto estamos precisando revitalizar os eventos culturais. Temos bons espaços físicos. São necessários projetos. Saber fazer cultura. Que adiantam os ditos espaços culturais se não há atrações. Não há divulgação, o que os tornam verdadeiros elefantes brancos. No campo da literatura, a manifestação é mais consistente, graças aos esforços de instituições que congregam escritores, trovadores, historiadores, como: o Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora, o Instituto Cultural Santo Tomás de Aquino, a Academia Juiz-forana de Letras, a Academia Granberyense de Letras, etc. Os jornais são responsáveis pela informação, pela notícia. Assim sendo, o jornalista é um formador de opiniões, mas é preciso ter ética. Não deve se limitar apenas em descrever os fatos que se passam numa sociedade e, sim, contribuir para melhorá-la, lembrando-se de que a mídia deve ter caráter sócio-cultural e educacional. A cultura de massa em que o homem se inspirou está incrementada por falsos valores e mitos. Com a palavra: o futebol__ o ópio do povo. Ele toma a pauta, de assalto. É valorizado. Consequência: gera violência nos estádios entre as torcidas. Uma observação final: o Museu de Arte Murilo Mendes, sob os cuidados da Universidade Federal de Juiz de Fora creio ser hoje, o único mantenedor de cultura viva da cidade. Frequentemente movimenta seu espaço, com programação diversificada.
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